Pôr-do-sol

O sol desce no horizonte
Há estrelas aparecendo
Escurece o dia
Está anoitecendo

O céu se colore
Como um áureo estandarte
Passando de um azul celeste
Para um dourado escarlate

O vento, às minhas costas
Volta para o mar
As lembranças, às minhas custas
Voltam para atormentar

O sol, apressado
Corre para o mar
Para poder beijá-lo
E com ele repousar

Sozinho eu fico
Mas triste não hei de ficar
Sei que o sol vai embora
Mas amanhã ele voltará

Sou louco

Me chamam de louco

Mas ser louco é normal

Pois todos tem um pouco

De humano e de louco

Me acho normal

Mas me chamam de louco

Por seguir meus princípios e vontades

Em vez de seguir o dos outros

Mas não é normal se levar

Pelas loucuras de suas vontades?

E não é loucura viver

Nesta louca sociedade?

O que é ser normal

Se não é seguir

As regras de loucos que dominam

Que, no poder, estão aí?

Nesta pútrida sociedade

Que suja o mundo com o mal

Tudo o que eu não quero

É ser uma pessoa normal

Deixe

Não me enxugue os olhos
Deixe-os chorar
Talvez minhas lágrimas
Afogue minhas mágoas
E me faça continuar

Não me estanque os ferimentos
Deixe-os sangrar
Talvez esta dor
E este amargo sabor
Mais forte me faz ficar

Não me cale as palavras
Deixe-as ressoar
Talvez este desabafo
Saindo junto com meu bafo
Me vai aliviar

Não me deixe sozinho
Deixe-me te abraçar
Só de carinho eu preciso
Para estar conciso
E minha vida continuar