Canção à flor

Lírio do campo
Dos vales dos prantos
Pegue minhas lágrimas
Para tua sede matar

Porque minha tristeza
Em nada ajuda
Só embaça meus olhos
Que estão a te fitar

Se esqueço da dor
Que é o amor
Quando contigo estou

É porque em ti eu vejo
Um pequeno lampejo
Do meu mais profundo desejo

Perguntas

Por que não paro de te olhar

Por que não consigo te esquecer

Por que és especial para mim

Por que estaría contigo até o fim?

Por que contigo quero voar

Ficar planando com a brisa do mar

Indo a lugares diferentes

Como se fôssemos sonhar eternamente?

Por que quero teus abraços

Por que suplico por teus beijos

Por que estás em todos meus pensamentos

E em todos meus desejos?

Não adianta tentar

Não consigo responder

Porque, além de ti, minha amada

Só perguntas consigo ver

Aquele desejo

Ah doce sentimento que há

Bem escondido no teu olhar

Desperta em mim aquele desejo

Do teu cheiro, do teu beijo

O amor está no ar

E vem aquela doce sensação

Que faz bater, explodir o coração

Desperta em mim aquele desejo

Do teu cheiro, por seu beijo

Me faz cair em tentação

Teu veneno perfuma o ar

Me delira, me faz sonhar

Todo corpo então se entorpece

E todo ar se contorce

Pra ao seu lado eu estar

Não consigo pensar em nada mais

Não me concentro, não tenho paz

Só tem aqui aquele desejo

Por seu cheiro, por seu beijo

Neste pobre rapaz

Real(?)

Real
É real
Só real
So real
Sou real
Soul real
Surreal
Super real
Um real
Cinco reais
Coroas reais
Tronos reais
Tantos reais
Tão reais
Some reais
Surreais

Pôr-do-sol

O sol desce no horizonte
Há estrelas aparecendo
Escurece o dia
Está anoitecendo

O céu se colore
Como um áureo estandarte
Passando de um azul celeste
Para um dourado escarlate

O vento, às minhas costas
Volta para o mar
As lembranças, às minhas custas
Voltam para atormentar

O sol, apressado
Corre para o mar
Para poder beijá-lo
E com ele repousar

Sozinho eu fico
Mas triste não hei de ficar
Sei que o sol vai embora
Mas amanhã ele voltará

Sou louco

Me chamam de louco

Mas ser louco é normal

Pois todos tem um pouco

De humano e de louco

Me acho normal

Mas me chamam de louco

Por seguir meus princípios e vontades

Em vez de seguir o dos outros

Mas não é normal se levar

Pelas loucuras de suas vontades?

E não é loucura viver

Nesta louca sociedade?

O que é ser normal

Se não é seguir

As regras de loucos que dominam

Que, no poder, estão aí?

Nesta pútrida sociedade

Que suja o mundo com o mal

Tudo o que eu não quero

É ser uma pessoa normal

Deixe

Não me enxugue os olhos
Deixe-os chorar
Talvez minhas lágrimas
Afogue minhas mágoas
E me faça continuar

Não me estanque os ferimentos
Deixe-os sangrar
Talvez esta dor
E este amargo sabor
Mais forte me faz ficar

Não me cale as palavras
Deixe-as ressoar
Talvez este desabafo
Saindo junto com meu bafo
Me vai aliviar

Não me deixe sozinho
Deixe-me te abraçar
Só de carinho eu preciso
Para estar conciso
E minha vida continuar

Relógios

Nem sei mais o que fazer

Já que não consigo te esquecer

Os relógios estão rodando

E eu continuo te amando

Dias passam

Horas correm

Os ponteiros giram

Meus sentimentos não dormem

Girando com os ponteiros

Minha cabeça está

Procuro nos números ao lado

A hora de te reencontrar

O tempo não para

O relógio continua a girar

Meu coração não para

E continua a te amar

Só risos insanos

Tô rindo à tôa

Rindo Intensamente

Rindo sem parar

Rindo insanamente

Estou rindo ironicamente

Rindo para não chorar

Desta terrível situação

Que sou obrigado a suportar

Somente sendo irônico

Que acho isso engraçado

Amar, amar, amar

Amar e não ser amado

Rio porque continuo certo

Enquanto amam o errado

Talvez esteja eu ficando louco

Mas não é louco um homem apaixonado?

Talvez com meus risos

Apareçam outros sorrisos

Então poderei encontrar, finalmente

Uma louca sorridente

Te vi

Tão perto dos meus olhos
Mas tão longe do meu coração
És transtorno para meu corpo
Desequilíbrio para minha razão

Vertigem dos meus pensamentos
Arauta do caos dos meus sentimentos
Tudo é você
Que me causa este estranho prazer

Uma diferente senseção
Que me deixa esquisito
Onde tu viras o centro
De um mundo mais bonito

Voz grosseira

Ferem o coração
Palavras incandescentes
De pronúncia rimbombante
Saídas da boca de um vulcão

Nem parece
Que esses rígidos lábios
Um dia entoaram
Uma bela canção

Canções, agora, são de escárnio
Cantigas, agora, de mal-dizer
Cantadas c/ um esquisito orgulho
Gritadas c/ um estranho prazer

Reflexão minha

Dizem por aí que todo poeta é um mentiroso. Discordo, isso é uma generalização apressada. Em muitos casos quem é mentiroso são os olhos do poeta.

Saudades

Poema dedicado a uma pessoa muito especial p/ mim. Não faço idéia se um dia ela chegará a lê-lo, mas o que importa é o sentimento que ficou. Beijos, paraíso...

Saudades

Dias Passam

Noites também

O tempo corre

Sem o meu bem

Os ponteiros giram

O sol vai e vem

E minha sombra me lembra

Estou longe do meu bem

O vento voa

Sopra com frescor

Preciso daquele abraço

Que saudades do meu amor

Dos momentos bons

Memórias recordam

Lembranças ecoam

A cada instante

Meu peito arde

Meus olhos choram

Quando vêm a minha cabeça

Lembranças (agora) distantes

Incomplete-me

Incomplete minha vida
Faça-me necessitar, querida
Dos teus beijos, teus abraços
De seguir os seus passos

Deixe-me deixar tu seres
O alicerce do meu viver
E, além de ti,
Em nada mais eu possa crer

Incomplete minha rotina
Faça-me querer, querida
Que o tempo corrente
Nunca é suficiente

Deseje-me entregando-me inteiramente
Numa tentativa inconsciente
De deixar-me deixar tu seres minha razão
Para ter dentro de mim
Tamanha incompreenção